Homem e natureza

Ontem, por volta desse mesmo horário, eu havia escrito um texto cujo qual achei muito legal, quando resolvi dar uma "editada" no word, para eventuais erros de digitação e de português, quando este maravilhoso editor de texto do blog resolveu apagar todos os parágrafos do meu texto. Bom, vou tentar repetir o que escrevi, mas sabiam que não será totalmente igual, uma vez que minha inspiração de ontem foi, literalmente, pelo ralo, quando isso aconteceu.

A semana toda foi uma grande expectativa em relação ao que seria o dia de ontem. Depois de conferir a previsão do tempo em vários sites, cheguei a conclusão que, apesar da possível chuva que nos aguardaria ontem, haveria também uma outra grande surpresa. Foi praticamente uma profecia, só que eu não esperava que fosse um dia tão inesquecível quanto foi.

O dia começou pra mim, quando pra boa parte das pessoas estava terminando, por volta das 4h da matina. Levanto, tomo um "sucrilhos" e começo a preparação: garrafas de água na caixa térmica, junto com gelo; uma sacola com alguns comes, tipo bolacha; Na mochila, uma toalha e uma bermuda, além de protetor solar e parafina.

Antes das 5:30h estamos (eu e meu irmão) saindo de casa. No caminho, próximo ainda a minha casa, encontramos mais um "brother" (meu primo) que seria o terceiro elemento da "trip". Nenhum dos três tinha noção do que nos aguardava.

Depois de um certo tempo na estrada, muita palhaçada no carro, onde todos foram motivo de chacota, chegamos ao local que seria de encontro com mais alguns dos nossos. Após um telefonema, descobrimos que eles seriam retardatalhos, pois haviam perdido o horário de levantar. Prosseguimos nossa viagem sem eles e combinamos de nos encontrar onde passaríamos o dia. Seguimos.

Mais algum tempo de estrada, chegamos ao local tradicional para o café da manhã quando vamos a praia. Comemos. Compramos, para nosso sustento durante o dia, alguns pães e mortadela. Suficiente para uma pessoa sobreviver por mais de três dias, garanto!

Da padaria, observando o mar, até então não notamos nada demais. Apenas algumas ondas quebrando um pouco mais longe, até então, sinal de que seria um dia tranquilo.

Todos "comidos", a vida continua. Mais alguns minutos e chegamos ao pico. Ao descermos do carro, aquela olhada para escolhermos onde seria a queda. Decidido, vamos aos preparativos para entrar na água: passar parafina, protetor, vestir a "bermuda da sorte", enfim, o de sempre.

Preparados, caminhamos até o point, onde julgamos haver as melhores ondas do momento. Ainda assim, não sabíamos exatamente como seria na água. Nenhum alongamento depois, entramos. Atravessamos a arrebentação sem maiores dificuldades. Chegamos praticamente juntos. Até ai, nada.

Ok, primeira onda que consegui entrar, comecei a ter noção do que Netuno tinha preparado para aquele domingo, 06 de setembro de 2009. Mesmo assim, não totalmente convencido, remo para o fundo, para pegar mais uma. Depois de algumas tentativas, consigo. Ainda acho que foi sorte ter pego duas ondas que abriram (as paredes) tanto. Desconfiado, pergunto pros meus companheiros: "e ai?". Reposta: "ah, tá legal".

Continuo matutando. Depois da quinta onda, me convenci. Aquele seria um dia inesquecível. Fomos presenteados com um sweel fantástico. Quase uma hora depois, chegam os "atrasados". Felicidade geral. Depois de algumas perguntas, continuamos na nossa batalha. Até que chega um ponto onde, o café da manha já esta totalmente esquecido pelo nosso corpo e precisamos do precioso lanche de pão e mortadela. Saímos da água.

Nesse momento, já estávamos meio atônitos com as ondas que pegamos. Comemos já imaginando quando e onde será a próxima queda. Pausa pra digestão, aliás, ligeiramente precoce pra alguns. Algumas piadas ruins depois, vamos para o segundo round.

Só que ai, já estávamos com a "cabeça feita" (calma leitores, isso não significa dar um dois). Nosso corpo, um tanto despreparado para tamanho esforço, e decidimos fazer a queda bem próxima ao local onde havíamos feito nosso lanche.

Mais uma vez, Netuno continua nos incentivando a continuar na água fria. Aceitamos sem mais delongas. Mais algumas horas e algumas ondas perfeitas onde pudemos até tentar surfar (Pra quem não sabe, essa é uma das minhas grandes paixões)!

Legal. Incrível poder observar como, para tudo que existe de bom, existe algo de ruim. Com certeza é o tal do equilíbrio, ou para quem preferir, "Yin-yang ". Mas quem não estava muito feliz era a própria natureza. Claro que, quando estamos na água, invadimos de certa forma o espaço das criaturas do mar, mas pelo que sei, é só isso, e o mar é grande pacas! Mesmo assim, haviam algumas água-vivas incomodadas com toda diversão. Por sorte, nenhum dos nossos saiu ferido ou melhor, queimado por uma delas, apesar do medo que ficamos. Haviam algumas consideravelmente grandes, maiores que uma bola de futebol.

De novo, algumas horas e o lanche se foi. Saímos para mais uma rodada de mortadela, refrigerante e piadas ruins. Ao terminarmos a "comilança", finalmente percebemos que não deveríamos perder mais tempo e voltar pra água, uma vez que toda a diversão do dia estava lá, esperando por nós. Apesar do frio e da chuva, tivemos coragem pra vestir as roupas molhadas.

Mãos roxas, lábios também, dentes batendo. Mesmo assim, continuamos em frente. Dessa vez, o local escolhido foi um pouco mais longe, a fim de esticarmos um pouco as pernas. Mais uma sessão sem igual.

Como prêmio por termos dado o nosso melhor durante o dia, o pessoal do departamento de sol e chuva resolveu fazer uma mudança um tanto radical.
O sol deu as caras, pra nos mostrar como a natureza é incrível. Pra não perder a oportunidade, um arco-íris também apareceu por lá. Resultado: a imagem de um dia inesquecível pra alguns, marcado com um pôr do sol entre nuvens e montanhas, com o mar tingindo de vermelho, ao som das ondas e risadas de todos que puderam "fazer a cabeça".